domingo, 6 de dezembro de 2009

Fazendo as malas...

Dessa história, tudo que passou, nos restou lembranças boas de dezenas de meses marcantes... E quantas lembranças nossa mala carregou, sonhos que nós levavam a acreditar, a rir e coisas concretas (essas com certeza nos faziam rir), um cachimbo, uma cruz, um litro de vodka(detalhe ele estava vazio) até uma peneira... E o saci chegou fazendo toda aquela bagunça mal sabia ele o trabalho que nós dava colocar tudo na mala.
E teve tantas vezes, tantos personagens dessa loucura, os amiguinhos da escola o Tonico,a Aninha ,o Marcelo e a professora além dos doces eles levaram livros, vestidinho florido, boné(irrado), uma gravata borboleta, tinha até uma caixinha com insetos mortos( acham que alguém teve corragem de abri-lá???).
Tamanha era a surpresa da pessoa que abrisse nossa mala, que vida louca levamos nós, que vida louca temos nós que acordamos no raiar do dia e saimos com uma mala cheia(intupida) de conhecimento, alegria e bugigangas. Vivemos uma rotina que de rotina nada tem. E para o próximo ano teremos uma nova mala, com novas histórias, personagens e amigas. Até lá...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Depois

Até aqui viajamos juntos...
Passaram vilas, cidades,rios
Não faltaram grandes obstáculos...
as subidas e decidas foram realidade sempre presente...
Juntos percorremos retas nos apoiamos nas curvas, descobrimos atalhos
literalmente falando.
Chegou o momento de cada um seguir caminho sozinho...
Que as experiências compartilhadas no percurso seja a alavanca
para alcançarmos a alegria de chegarmos no destino projetado.
Os nossos agradecimentos áqueles mesmo de fora, mas sempre presente(Michele,Cristiane,Elenira,Maria Carolina, Marília...)
Dividam com nós o mérito desta conquista, porque ela pertence a todos.
Uma despedida é necessária antes de podermos nos encontrar outra vez.
Que nossas despedidas sejam um eterno reencontro.
Sueli


Nossos sinceros agradecimentos
As escolas de Fernandes Pinheiro
Que receberam o
"Projeto Cidadania e Construção do saber"
De braços abertos.
Foram momentos Brilhantes que passamos
Juntos...
Vamos sentir Saudades
...Amigas da Leitura!!!!
Se por um isntante esquecemos que tudo é passageiro,
provavelmente não diríamos tudo o que pensamos,
Mas provalvélmente pensariamos em tudo que dissemos.
Por tanto, pensando no que dissemos, fizemos e sentimos,
Percebemos que os momentos de história que realizamos
juntos foram mais grandiosos do que pequenos.
Trabalhamos, mas também rimos muito e podemos dizer que se
Deus nos concede mais alguns momentos juntos, morreríamos de tanto rir.
Neste momento palavras perdem o sentido diante das lágrimas contidas
na saudade que iremos sentir, mas sorriso é o que te demonstraremos neste instante
Por ser o motivo deste até logo, a realização de mais uma vitória em nossas vidas.
Sempre a um amanhã e a vida sempre nos da novas chances e, temos que aproveitar
cada oportunidade, por isso sabemos que temos que partir, mas continuaremos torcendo
pelo sucesso de todos sempre.
Que cada um faça novas histórias maravilhosas e intensas e como foi a nossa.
Talvez seja a ultima vez que estivemos nessas salas de aulas, mas isso se torna o inicío
de uma vida em convivência de amigos eternos!!!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Estamos no fim

Quando tudo começou, tornamo-nos cumplices de um mesmo objetivo fazer com que a leitura pudesse nos ensinar muito mais que conhecimentos gramaticais, que com ela aprenderiamos a fazer amigos e compartilhar conhecimentos, que ela fosse um verdadeiro refúgio para nossa imaginação...em todos os momentos da nossa caminhada.
...E quando tudo acabar vai ficar além do conhecimento que adquirimos, os momentos de alegrias que compartilhamos...

As conversas intermináveis, aquele jeitinho de tornar tudo mais alegre...


Sentiremos saudades dos nossos planos...




Dos momentos que convivemos juntos...das alegrias, das etapas que passamos.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado momentos que marcaram, pois, quando tudo parece dar errado, acontecem coisas boas, que não teriam acontecido se não tivessem dado certo.
Saudades é o que vai ficar...



segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A PARTICIPAÇÃO DO CURSO DE LETRAS DA UNICENTRO/ CAMPUS DE IRATI NO PROGRAMA UNIVERSIDADE SEM FRONTEIRAS

Ana Paula Soares de Oliveira-UNICENTRO
Sueli Camilo-UNICENTRO
Solange Gaioski-UNICENTRO


Resumo: O presente artigo refere-se ao Projeto “Cidadania e Construção do Saber”, desenvolvido por docentes, graduandas e recém-formada do curso de Letras da Universidade Estadual do Centro-Oeste/Unicentro/ Campus de Irati. Insere-se no âmbito do Programa de Extensão “Universidade Sem Fronteiras”, Subprograma “Apoio às Licenciaturas”, idealizado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI/PR). As ações extensionistas do projeto têm por objetivo intensificar a parceria entre o Ensino Superior e a Educação Básica, na busca de ampliar as competências de oralidade, leitura e escrita de alunos de escolas públicas de Ensino Fundamental de Fernandes Pinheiro-PR, município que, de acordo com o Ministério da Educação, integra a lista dos municípios brasileiros com os mais baixos Índices de Desenvolvimento da Educação (IDEB).

Palavras-chave: Programa de Extensão, leitura, Ensino Fundamental.

Introdução
Cada vez mais a sociedade exige cidadãos conscientes e criativos, aptos a implementar a indispensável transformação social. A oralidade, a leitura e a produção escrita, concebidas como práticas sociais, que fornecem possibilidades ao indivíduo de compreender profundamente os fatos da realidade, gerando reflexão, posicionamento e ação transformadora. Eis, portanto, o papel da escola: formar cidadãos questionadores, capazes de, por meio das práticas de linguagem, situar-se conscientemente no contexto social e, ao mesmo tempo, buscar uma convivência mais feliz e mais justa para todos. Para que isso aconteça, torna-se fundamental que a escola deixe de ser o lugar de transmissão de significados petrificados e passe a ser espaço de trabalho conjunto, de construção da subjetividade e de tomada de decisões (cf. Silva, 1991; Freire, 1988).
O projeto “Cidadania e construção do saber”, inserido no âmbito do Programa de Extensão Universidade Sem Fronteiras/ Subprograma Apoio às Licenciaturas, vem ao encontro das necessidades da atual conjuntura social, ao buscar ampliar as competências de oralidade, leitura e escrita de alunos de escolas públicas de Ensino Fundamental do Município de Fernandes Pinheiro – PR, uma região que, como tantas outras no Brasil, enfrenta graves problemas sociais e educacionais. Ao mesmo tempo, o projeto procura oportunizar aos futuros professores – à recém-formada e às graduandas do curso de Letras da Universidade Estadual do Centro-Oeste/ UNICENTRO/ Campus de Irati, envolvidas no Programa – o aprimoramento das atividades acadêmicas na Universidade e o enfrentamento de problemáticas que envolvem a Educação Básica.
O presente artigo descreve as ações desenvolvidas nos seis primeiros meses do projeto “Cidadania e construção do saber” por cinco bolsistas, vinculadas ao Programa Universidade Sem Fronteiras, sendo uma recém-formada do curso de Letras, habilitação Português, e quatro graduandas do curso de Letras, da Universidade Estadual do Centro-Oeste/ UNICENTRO/ Campus de Irati:Ressalte-se que todas as ações desenvolvidas pelas bolsistas foram orientadas por professores do curso de Letras da UNICENTRO, o que favoreceu a interação e o aprofundamento das relações entre a Educação Básica e o Ensino Superior.
Em um primeiro momento, a equipe que integra o projeto “Cidadania e construção do saber”, definiu as seguintes metas, as quais serão descritas no decorrer deste artigo: a) a constatação das dificuldades de professores e alunos do ensino fundamental do município de Fernandes Pinheiro no curso da disciplina de Língua Portuguesa; b) a elaboração de um plano de trabalho, em forma de subprojetos, para suprir os percalços percebidos (a princípio, as dificuldades no ensino-aprendizagem da leitura); c) execução do plano de trabalho, visando à melhoria das práticas leitoras dos alunos do ensino fundamental; d) avaliação do plano e das ações desenvolvidas, tendo em vista a construção de novos subprojetos.

Leitura e formação para a cidadania
Quanto mais eu penso nos fenômenos da nossa realidade social, menos sou capaz de relativizar a importância da leitura na vida dos brasileiros (Silva, 1991, p.6).

O prestígio que a leitura assume no meio social define-se a partir da importância que essa prática alcançou na sociedade moderna. Sendo assim, verificamos atualmente que, além de possibilitar ao indivíduo a superação de obstáculos impostos pelo cotidiano e o acesso, de modo mais fácil, ao mercado de trabalho, a aprendizagem da leitura garante o exercício da cidadania, uma vez que permite ao leitor entender, refletir e atuar sobre uma dada realidade.
Entretanto, apesar dessa evidência, somente a partir de meados da década de 70, no Brasil, que a leitura garantiu seu espaço de discussão. Ao tornar-se objeto de investigação teórica e metodológica, a leitura trouxe novas abordagens, como também revelou um dos grandes, ou talvez, o maior fracasso educacional que é a sua aprendizagem nas escolas brasileiras (RIBEIRO, 2003). Criar condições para o aluno desvendar o mundo e interagir de maneira crítica por meio do texto deveria ser o principal objetivo das instituições educacionais. No entanto, não é difícil constatar que a prática de leitura na escola fracassa.
O Fantástico – programa produzido e apresentado pela Rede Globo aos domingos – evidenciou, na edição de 13 de junho de 2004, o despreparo dos estudantes que cursam a quarta série de ensino fundamental nas escolas públicas. Um teste “ilustrativo”, aplicado a duzentos e setenta alunos nas vinte e sete capitais brasileiras, apontou que mais da metade desses alunos não conseguiu responder a questões que requeriam raciocínio. Nas atividades de compreensão, um número preocupante de alunos deixou questões em branco e 28,1% erraram mais da metade da prova. Nas provas de Matemática, os alunos não solucionaram os problemas porque não entenderam o enunciado da pergunta. A pesquisa concluiu que 80% dos alunos que fizeram os testes não estão aptos a passar de ano e a maioria desses podem ser considerados analfabetos funcionais: lêem e escrevem, mas demonstram baixa capacidade de interpretação, raciocínio e análise.
As pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o SAEB e o Prova Brasil, mostram que o ensino brasileiro está longe de um padrão mínimo de qualidade. Os resultados vêm evidenciando que a formação dos leitores brasileiros é superficial, não favorece a reflexão e a criticidade.
Sendo a leitura, de acordo com Silva (1991), um instrumento capaz de promover uma educação emancipadora e apontar para outras formas de convivência social, não é precipitado dizer que a escola vem cumprindo seu compromisso pela metade e não vem propiciando condições para o exercício da cidadania e para a superação das desigualdades sociais, conforme se prega nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) e nas Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa da Educação Básica (PARANÁ, 2007).
Também, vários estudiosos já demonstraram preocupação com relação ao ensino-aprendizagem da leitura na escola e buscaram alternativas para minimizar as dificuldades de compreensão e tornar a escola um espaço de formação de leitores críticos e competentes. Brandão (1991), Araújo (2001), Bortoli (2002) e Ulbriki (2003) são alguns desses estudiosos que trouxeram valiosas contribuições à comunidade científica ao desenvolverem pesquisas acerca da qualidade de leitura de estudantes, do ensino básico, pertencentes a segmentos sociais diferenciados.
Brandão (1991), na dissertação de mestrado Nem sapo, nem príncipe: uma leitura das leituras produzidas por camadas sociais diferentes, tratou das relações entre leitor e texto e entre texto e outros textos. Utilizando dois textos literários, sendo um mais próximo da realidade das camadas populares e outro mais condizente com grupos mais favorecidos, Brandão trabalhou questões de leitura com crianças da quarta série do ensino fundamental a fim de verificar como elas preencheriam os vazios constitutivos dos textos. O estudo demonstrou que as crenças de que as crianças de camadas menos favorecidas não sabem ler ou lêem mal não passam de um equívoco. Demonstrou, também, que há diferenças de leitura entre os alunos de distintas classes sociais, mas estas diferenças não são erros e sim, “marcas de classe”. Brandão enfatiza a necessidade de se trabalhar textos que expõem diferentes experiências de vida, pois “o confronto com realidades diferentes permite uma reflexão sobre a estrutura social em que vivemos” (p.16).
Na mesma linha de raciocínio, Araújo (2001), em A construção de sentido na leitura por crianças de meios de letramento diferenciados, investigou o papel do conhecimento de mundo e da experiência vivencial na construção de sentido na leitura de dois grupos iniciantes na quinta série do ensino fundamental em duas escolas, sendo uma pública e a outra particular. A partir de dados obtidos durante as atividades de leitura em sala de aula e de entrevistas que visavam traçar o perfil dos grupos focalizados, a pesquisadora constatou modos diferenciados de construir sentidos na leitura de um mesmo texto: de um lado, alunos que aproveitavam as experiências em leitura; por outro lado, alunos que traziam as experiências vivenciais sobre o conteúdo temático abordado pelo texto.
Valiosa, também, é a colaboração de Bortoli (2002), por meio da pesquisa Leitura: os nós da compreensão. Bortoli investigou o envolvimento de alunos de diferentes escolas no processo de leitura de textos escritos, analisando o seu nível de compreensão e o processo de construção do hábito de ler. Constatou que esses sujeitos não apresentaram um nível de leitura esperado para a quinta série, que lêem pouco e que não existe a formação de hábito de leitura.
Ainda, a dissertação de mestrado A construção do sentido na leitura: o papel do conhecimento prévio, elaborada por Marinês Ulbriki (2003), verificou o ensino e a aprendizagem da leitura em meios distintos. Para a pesquisa, a autora tomou como sujeitos alunos de oitavas séries e seus respectivos professores pertencentes a três escolas situadas em contextos diferentes (uma na zona rural, uma num bairro de periferia e outra no centro da cidade). Realizou a análise das respostas dos alunos a partir de um questionário sobre um texto persuasivo de propaganda, cuja temática relacionava-se à internet, e constatou que os alunos que dominavam um universo textual mais amplo e possuíam conhecimentos e experiências de mundo, em relação ao assunto do texto, conseguiram construir um sentido para o texto e sobressaíram-se em relação aos demais. Os alunos da zona rural e da periferia, por não possuírem recursos tecnológicos e pelo fato de a escola não oferecer a leitura de textos relacionados ao mundo urbano, tiveram muitas dificuldades que comprometeram a compreensão do texto.
Esses estudos despertaram o interesse da equipe em investigar a qualidade de leitura dos estudantes de escolas públicas de Fernandes Pinheiro-Paraná, município que está localizado na região de abrangência da Universidade Estadual do Centro-Oeste/ UNICENTRO, bem como oportunizar alternativas para melhor direcionar o trabalho com as práticas leitoras no ensino fundamental.

O programa Universidade sem Fronteiras e o projeto “Cidadania e Construção do Saber”
O Programa de Extensão “Universidade Sem Fronteiras” foi idealizado em 2007 pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI/PR). Objetiva propiciar a interação entre graduandos, recém-formados e professores das instituições públicas de ensino superior e as comunidades paranaenses. Os projetos aprovados compõem quatro subprogramas (Apoio às licenciaturas, Incubadora dos direitos sociais, Apoio à agricultura familiar e Apoio à pecuária leiteira) e atendem prioritariamente os municípios com IDEB (Índice de Desenvolvimentos Humano) insatisfatório e as periferias das cidades paranaenses.
Quanto ao subprograma “Apoio às Licenciaturas”, o objetivo principal é intensificar o diálogo e o aprofundamento das relações entre a Educação Básica e o Ensino Superior Público do Estado do Paraná, bem como favorecer reflexões e o enfrentamento das problemáticas que interferem na relação ensino/aprendizagem e as relacionadas aos temas centrais que compõem os conteúdos programáticos das diversas disciplinas (Fonte: http://www.seti.pr.gov.br/ acesso em 25/04/2008).
O projeto “Cidadania e construção do saber”, proposto pelo Departamento de Letras, da Universidade Estadual do Centro-Oeste/ Campus de Irati, insere-se no âmbito do subprograma “Apoio às Licenciaturas”. Iniciado em outubro de 2007, o projeto busca direcionar a ação do curso de Letras em favor das escolas públicas da rede municipal e estadual do Município de Fernandes Pinheiro – PR, uma região que, como tantas outras do Paraná e do Brasil, enfrenta graves problemas sociais e educacionais. A escolha do município de Fernandes Pinheiro se deve ao fato de ser este um dos municípios com menor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), na fase de 5ª a 8ª série. Além disso, da população total, de acordo com o IPARDES, cerca de 3.266 pessoas vivem em situação de pobreza, aproximadamente 49% da população (Fonte: http://ipardes.gov.br, acesso em 10/08/2007). Assim, o município integra os locais do Estado do Paraná que precisa de um trabalho efetivo dos diversos setores da sociedade.
Os objetivos principais do projeto “Cidadania e construção do saber” são: a) favorecer a construção de propostas pedagógicas pertinentes às necessidades do Município de Fernandes Pinheiro – PR; b) possibilitar aos alunos do ensino fundamental de Fernandes Pinheiro a reflexão acerca de problemáticas sociais, instigando-os ao posicionamento crítico e à ação transformadora; c) propiciar aos alunos condições para que aperfeiçoem as práticas de oralidade, leitura e produção escrita, necessárias para a atuação em sociedade; d) favorecer uma melhor interação entre a Universidade e a comunidade escolar; e) contribuir para a formação inicial do professor; f) promover a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão por meio da discussão e análise dos problemas encontrados na prática.
Nos seis primeiros meses, o projeto “Cidadania e construção do saber” centralizou o trabalho na constatação de problemas relacionados ao ensino-aprendizagem de língua portuguesa e na elaboração e execução de subprojetos para superar as dificuldades nas práticas de leitura por alunos do ensino fundamental de Fernandes Pinheiro. Para que as ações fossem melhor direcionadas e produtivas para a comunidade escolar, o projeto atuou, num primeiro momento, em turmas de 3ª e 4ª séries das escolas: Escola Municipal Floresval Ferreira; Escola Rural Municipal Professora Geni Chumanski Küller e em turmas de 5ª e 6ª série das escolas: Colégio Estadual Getúlio Vargas; Escola Estadual de Angaí. O presente artigo descreve a atuação do projeto nas turmas de 3ª e 4ª séries.

O projeto “Cidadania e Construção do Saber” em ação
Conscientes de que as práticas de leitura devem estar engajadas em propostas de reflexão, posicionamento e transformação, entendemos que os conteúdos e a metodologia de trabalho deveriam fugir da fragmentação, do reprodutivismo e da prática utilitarista de leitura, deve-se, portanto, olhar os alunos como um ser participativo, “estabelecer parceria em sala de aula, dar-lhes voz, escutar o que têm a dizer, em experiências de uso concreto da língua” (PARANÁ, 2007, p. 29). Partindo dessa premissa, o projeto “Cidadania e Construção do Saber” foi pensado tendo como ponto de partida as carências e necessidades do grupo a ser beneficiado com o trabalho, e apresenta as seguintes etapas:

1. Fase de constatação: objetivou a compreensão das condições sociais, educacionais e culturais que interferem no dia-a-dia escolar. Foram elaborados questionários que foram aplicados a professores com o objetivo de levantar quais as dificuldades enfrentadas no trabalho com a disciplina de língua portuguesa na escola e de que forma a universidade poderia auxiliar no enfrentamento dessa dificuldade. Constatou-se, de modo geral, que as dificuldades se referem à falta de hábito e ao desestímulo para a leitura por parte dos alunos do ensino fundamental, a questões de indisciplina, ao domínio da oralidade e escrita, à ausência da participação da família na vida escolar dos alunos. Quanto ao modo como a universidade pode auxiliar no enfrentamento das dificuldades, os professores nos solicitaram teatros, palestras, oficinas de leitura e contação de histórias, trabalhos em grupos, atividades para alunos com dificuldades.
Os questionários foram aplicados também aos alunos do ensino fundamental de Fernandes Pinheiro com o objetivo de levantar, dentre outras questões, quantos dos alunos tinham o hábito de ler, quais os materiais de leitura a que tinham acesso, em que condições sócio-econômicas viviam. Após a aplicação, da qual participaram cerca de 550 alunos, constatamos que a maioria diz gostar de ler, embora os professores afirmem, nos questionários, o contrário. Também percebemos que muitos não conseguiram responder a algumas questões, devido ao fato de não as interpretarem adequadamente.
Foi realizado também um levantamento das condições de estrutura e funcionamento das bibliotecas escolares. Por meio dessa ação, foi possível constatar que em algumas escolas a biblioteca funciona num espaço muito restrito, com acervo insuficiente. Outras não têm um espaço destinado à biblioteca; nessas, os poucos livros existentes são guardados em caixas, e quem faz o trabalho de leitura e empréstimo de livros é, normalmente, a direção.

2. Fase de planejamento: esta fase consistiu na elaboração de um plano de ação para dar conta dos problemas constatados e possibilitar uma escola de maior qualidade para os alunos. O plano de ação compreendeu subprojetos que circularam em escolas do Município de Fernandes Pinheiro – PR. Os objetivos de cada subprojeto e as estratégias são descritas na tabela a seguir:

Subprojeto
Objetivos:
Estratégias

“As amigas da leitura chegaram”


Promover a interação entre os alunos do ensino fundamental de Fernandes Pinheiro e as integrantes do projeto “Cidadania e Construção do Saber”, que serão apresentadas como “Amigas da leitura”


- Apresentação da peça teatral;
- Diálogo entre os integrantes do projeto e os alunos, a respeito da peça apresentada e do projeto “Cidadania e construção do saber”;

“Lendo e compartilhando histórias”

Incentivar os alunos a práticar e a compartilhar a leitura;
Investigar as atitudes e concepções dos alunos acerca da leitura de obras literárias.

- Divisão dos alunos em grupos para leitura das obras literárias da escola. Cada integrante do Projeto ficará com um grupo, realizando leituras, observando reações e anotando opiniões dos alunos.
- Socialização das experiências de leitura.


“Encontro dos Contadores de Histórias”



Suscitar a imaginação dos alunos por meio de histórias contadas.
Estimular os alunos à leitura.

- Preparação do ambiente e dos alunos, por meio de técnica de relaxamento.
- Cada integrante da equipe contará um conto, utilizando recursos corporais, de voz , figuras e objetos.
- Conversação sobre as histórias contadas.


“Conto, dramatização e música”



Incentivar os alunos a participar ativamente das atividades do projeto, encenando e a musicando o conto “O Caso do Bolinho” , de Tatiana Belinky.

- Narração da história por uma das integrantes do projeto.
- Dramatização de “O Caso do Bolinho”, por alguns alunos, utilizando-se máscaras de animais e música para dramatizar.


3. Fase de ação. O primeiro subprojeto – “As amigas da leitura chegaram” – foi desenvolvido em cada turma durante uma hora-aula e obteve grande aceitação por parte da direção, professores e alunos. Por meio da peça teatral, adaptação do conto “Marcelo, Marmelo, Martelo”, de Ruth Rocha, possibilitou-se a interação entre a equipe do projeto e incentivou-se os alunos a valorizar e praticar a leitura.
No segundo subprojeto – “ Lendo e compartilhando histórias”, os alunos foram divididos em grupos para a realização de leituras. Tiveram a oportunidade de ler, compartilhar aspectos importantes das obras e, também, contar a história lida aos colegas. A atividade atingiu o objetivo, que era observar o conhecimento e a preferência dos alunos em relação às obras literárias.
Já no terceiro subprojeto –“Encontro dos contadores de histórias”, a atividade foi desenvolvida com toda a turma reunida. Antes de começar a contação de histórias, a turma foi orientada, por uma das integrantes do projeto, a uma técnica de relaxamento, com o objetivo de se prepararem para o momento de ouvir as histórias. Finalmente, cada integrante do projeto, passa a contar uma história, utilizando-se de recursos variados. Em geral, as turmas permaneceram atentas a todas as histórias contadas.
E, finalmente, o quarto subprojeto - “Leitura, dramatização e música”- teve a finalidade de propiciar um ambiente descontraído. A princípio, os alunos foram motivados pela equipe a trabalhar com expressões faciais e entonações de vozes, por meio de exercícios. Uma das integrantes contou a história do “ O Caso do Bolinho”, de Tatiana Belinky. Também ensinou uma música para que os alunos participassem da narração. Após, os alunos foram divididos em grupos, nos quais alguns dramatizaram a história, utilizando máscaras de animais que compunham os personagens da obra, enquanto a outra parte do grupo cantava a música. Os alunos obtiveram grande êxito nessa atividade. Para a equipe, a atividade revelou caminhos para subprojetos vindouros.

4. Fase de avaliação. A avaliação das ações é parte integrante do projeto “Cidadania e construção do saber”. Realizada no decorrer do projeto, tem por objetivo constatar sucessos e dificuldades e subsidiar as ações a serem desenvolvidas em subprojetos futuros. Os seguintes depoimentos demonstram que o projeto tem cumprido os objetivos, contribuindo para a formação inicial do professor, favorecendo uma maior interação entre a Educação Básica e a Universidade e possibilitando um melhor desempenho escolar dos alunos do Ensino Fundamental envolvidos no projeto:
“(...) as crianças gostaram muito do teatro, em alguns casos buscaram ler novos trechos do livro ou até mesmo a história toda, fizeram produções de texto com base na apresentação. As crianças esperam ansiosas pela próxima visita e pelas novidades que lhes serão apresentadas. Este projeto é excelente e vem ao encontro da necessidade encontrada nas escolas de nosso município (...)” – depoimento de um diretor de escola.
“Os alunos de nossa escola estão gostando muito do projeto onde há apresentação de teatro e de histórias contadas pelas universitárias, da Unicentro de Irati/PR. (...) E o mais importante sem sairmos do lugar onde estamos, soltando nossa imaginação através dos livros lidos e repassados pelas universitárias que vêm desenvolvendo este precioso Projeto no nosso educandário.” – depoimento de um supervisor escolar.
“Amigas da leitura eu estou adorando o trabalho de vocês as histórias são muito importante como na casa quanto na escola. (...)o que importa é vocês fizerem as crianças da escola rir e não ficar triste por que a escola triste é sem graça e com vocês aqui tudo fica diferente alegre e bem divertido.” – depoimento de um aluno de 4ª série.

Considerações finais
A partir das ações relatadas, pode-se constatar: uma ótima interação entre a Universidade e a escola de ensino fundamental; o conhecimento, por parte das acadêmicas/bolsistas envolvidas, acerca das problemáticas que envolvem o contexto escolar; maior motivação e incentivo à leitura dos alunos do ensino fundamental envolvidos com o projeto. Nesse sentido, compreendemos que esse programa de extensão já traz resultados positivos, visto que ajuda as escolas envolvidas a construir um ensino de maior qualidade para nossos alunos e uma formação mais consistente para as graduandas e recém-formada do curso de Letras da UNICENTRO.

Referências bibliográficas
ARAÚJO, E. G. A construção de sentido na leitura por crianças de meios de letramento diferenciados. Campinas, SP: [s.n.], 2001. 145 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem.

BORTOLI, L. H. de. Leitura: os nós da compreensão. Passo Fundo: UPF, 2002.

BRANDÃO, H. M. B. Uma leitura de leituras produzidas por grupos sociais diferentes. Leitura: teoria & prática, Campinas, n.166, p.3-16, dez., 1991.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/ SEF, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB. Brasília: MEC/ SEF, 2004.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988.

SILVA, E. T. De olhos abertos: reflexões sobre o desenvolvimento da leitura no Brasil. São Paulo: Ática, 1991.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2007.

RIBEIRO, O. M. Por uma engenharia da leitura: construindo trajetórias para a leiturização. In: Linguagem & Ensino, Vol. 6, No. 2, 2003 (107-148).

ULBRIKI, M. A construção do sentido na leitura: o papel do conhecimento prévio. In: LEFFA, V. L. (Compilador). TELA (Textos em Lingüística Aplicada) [CD-ROM]. 2.ed. Pelotas: Educat, 2003.



sábado, 19 de setembro de 2009



Vídeo elaborado pela equipe do projeto com o intuito de divulgação.

domingo, 19 de julho de 2009

Cada vez mais a sociedade exige cidadães criativos e conscientes,dispostos a implementar a indispensavél transformação social. Através da leitura,escrita e oralidade o indivíduo encontra possibilidades de compeender os fatos da realidade. Eis portanto o papel da escolas e de seus ensinadores; forma cidadães questionádores por meio da prática da linguagem, para que esses possam situar-se concientemente no contexto social e ao mesmo tempo buscar uma convivência mais feliz e mais justa para todos.

O projeto "Cidadania e Construçao do Saber" defende o prestígio que a leitura assume no meio social, pois pode possibilitar ao indivíduo a superação de obstáculos impostos pelo cotidiano. A aprendizagem da leitura garante o exercicío da cidadania uma vez que permite ao leitor entender,refletir e atuar sobre a sua realidade.Conscientes que a práticas de leitura devem estar engajadas em propostas de reflexão fugimos um pouco da fragmentação do reprodutivismo,portanto olhamos para os alunos como um ser participativo,estabelecendo uma parceria em sala de aula ,escutando o que eles teem a dizerem experiências de uso concreto da língua.Tornando assim nossa participação cada vez mais agradavél e divertida para todos.
Desde o começo do ano sou estágiaria no projeto, fico feliz a cada dia de missão cumprida, pois cresço como pessoa e profissionalmente. Dar a oportunidade daquelas crianças conhecer e aprender a gostar um pouco mais de leitura me deixa muito feliz. A nossa equipe sempre tenta fazer o melhor possével e claro do modo mais divertido também. Os resultados estão cada vez melhores, pois quanto mais o tempo passa mais a gente vai vendo o quanto é importante para uma criança se manter a esperança de um mundo melhor. Leitura sempre foi minha paixão, mas agora é muito mais do que isso, é essencial para que eu possa mudar alguma coisinha no futuro. Trabalhamos cada vez mais dispostas a mostrar resultados positivos.

Sueli
 
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